por Odete Conzatti
“A base conceitual da Biodanza provém de uma meditação sobre a vida, ou talvez do desespero, do desejo de renascer de nossos gestos despedaçados, de nossa vazia e estéril estrutura de repressão. Poderíamos dizer com certeza: da nostalgia do amor. ” (TORO, 1979)
Cada uma destas palavras soa, neste momento, muito atual!
Tudo parece estar permeado de novidade, paradoxo, perguntas, incertezas ao mesmo tempo que convites para entrarmos em contato com nossos fundamentos, princípios, valores, paradigmas chegam por todos os lados e a todo momento.
No entanto, há algo que transcende a tudo e é muito mais que um convite: o cuidado com a vida!
O planeta, a natureza, a humanidade em si, há muito nos sinalizam e como um imperativo, o Princípio Biocêntrico nos coloca às portas de um caminho urgente e necessário.
Na impossibilidade de nos encontrarmos para nossas aulas, abrimos mão do contato e proximidade para cuidarmos de nós mesmos, de nossos familiares na ânsia de cuidarmos assim, do mundo.
O cuidado com a saúde passa a ser uma rica oportunidade para exercitarmos nossa criatividade, inaugurando novas formas de comunicação, de escuta, apoio, diálogo, ajuda.
Podemos experimentar a presença, o pertencimento na distância que nos separa, nutrindo nossos vínculos até o momento de nosso reencontro, que ainda se mostra sem data para acontecer.
Continuamos em distanciamento social, como nos é proposto pelas autoridades, até que tenhamos condições para estarmos em grupo com continente seguro. Porém, não estamos isolados! Sigamos juntos/as, reafirmando, fortalecendo, confirmando a confiança na VIDA em todas as formas de expressão de nossos instintos.
Vamos nos manter conectados com a saúde e com tudo que pode qualificar nosso ser como espécie e parte na natureza, enfraquecendo assim, o que contribui para a doença de nossa civilização.
Permaneceremos unidos no movimento de valorização de nossos potenciais, abrindo espaços cada vez maiores de inclusão e integração.
Que nosso afeto permita que todos possam ser lembrados e seja o fundamento de uma ética que nos coloque em ação a tudo o que é anti-vida.
Que nossa alegria de viver impulsione movimentos que fortaleçam nossa imunidade e nos encha de esperança no bem viver.
Que o prazer de viver seja passaporte para transcendermos nossos limites de humanos em desenvolvimento.
A saudade que sentimos uns dos outros pode ser alimento para nosso desejo de renascer e também motivo para nos mantermos firmes em nosso propósito de viver mais e melhor em harmonia conosco, com os outros e com o universo!
Odete Conzatti é Professora/Facilitadora de Biodanza, sócia-fundadora da Associação Catarina de Prof. de Biodanza SRT
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